Foi em Angola que conhecemos as zungueiras. Vendedoras ambulantes de todo o tipo de produtos que percorrem a cidade de Luanda de lés a lés.
Mães de família, lutadoras, guerreiras em tempo de Paz, a tentar sobreviver numa cidade em crescimento demasiado acelerado para quem caminha entre os carros e a poeira com o negócio à cabeça e os filhos às costas.
Não sei o que ficará na Mia dos três anos que viveu em Angola. Sinto-lhe a música, o “ritimo”, a dança, vejo-lhe uma predisposição para a felicidade e para a alegria que supera largamente o que terá herdado no DNA… Mas o tempo será implacável no apagar das memórias que tanto gostaríamos de preservar…
Este Carnaval, aquecemo-nos no frio português com a recordação e uma homenagem às mulheres que coloriram o nosso quotidiano e alimentaram a nossa casa durante os últimos anos. “Leva abacate, mãe, e faz um batido pra menina!”, “Essa manga ’tá boa”, “Trouxe esse tomate da Funda, ’tá bom mesmo!”, “A banana eu ofereço para a bebé!”…
Lembras-te, Mia?