Depois da neve em Quioto seguimos para o clima bem mais ameno da ilha de Kyushu, no Sul do Japão, com paragem na cidade de Kagoshima, terra do grande Sakurajima, o vulcão em actividade. “Aquilo no cimo da montanha são nuvens?”.”Não, parece fumo mesmo!”.
Na Baía de Kagoshima vive o gigante Sakurajima, um dos vulcões mais activos do Japão e do mundo, que sempre que lhe apetece faz questão de marcar presença soltando gases pela baía. Ou seja, quase todos os dias.
Não é uma nuvem, é a “fumaça” do Sakurajima, um vulcão com mau-feitio
Apesar do “mau-feitio” do vulcão, em Kagoshima viemos conhecer um Japão mais relaxado, quase tropical até, com uma população que tem o rótulo de ser “a mais simpática do país”. Foi aqui que apanhámos o ferry que nos levou até à boca do lobo, ou melhor até (quase) à cratera do vulcão.
Dois vulcões nesta foto: Sakurajima, o vulcão activo e Mia, o nosso vulcãozinho em erupção contínua
Se até ao início do século XX o vulcão estava isolado, em 1914 houve uma erupção tão poderosa que os fluxos de lava encheram o estreito entre a ilha e o continente, criando uma península. Felizmente, antes disso, a ocorrência de vários sismos seguidos anunciou este desfecho e a população foi deixando a cidade, evitando-se uma tragédia.
Desde aí ocorrem erupções quase todos os dias e é bem visível o fumo e as cinzas a sair da cratera. Apesar do perigo que qualquer um de nós pode achar que representa ter um vulcão activo mesmo ao pé de casa, a população de Kagoshima convive tranquilamente com este vizinho.
O autocarro local que nos levou a passear pelos vários miradouros
Escultura feita com a lava expelida pelo vulcão
O que muda nas rotinas diárias é a particularidade do boletim meteorológico da cidade incluir uma previsão para a intensidade das cinzas e, sempre que o vulcão esteja mais activo, é recomendado usar um guarda-chuva. E, claro está, não vale a pena lavar o carro nesses dias…
O vulcão faz parte do dia a dia da população de Kagoshima, poster colado no ferry
Além disso, as propriedades do solo fazem de Sakurajima um lugar do género “fenómeno do Entroncamento” com o nascimento de rabanetes gigantes, do tamanho de uma bola de basquetebol.
Fotografia no centro para os visitantes em Sakurajima
No fim do passeio, percorridos os miradouros e calcorreados os trilhos de lava que brotam das entranhas do Sakurajima, voltámos no ferry com a sensação de termos estado o mais perto que é possível (e desejável) do centro da terra.
Vista para a cidade de Kagoshima a partir do vulcão
Como ir:
Apanhámos o comboio-bala shinkansen de Quioto para Kagoshima, cerca de 900 quilómetros percorridos em 5 horas.
Para visitar o vulcão fomos de ferry – 15 minutos – a partir do porto da cidade de Kagoshima (cerca de 1,50 euros por adulto).
Visitámos o Sakurajima através de um autocarro local que vai fazendo paragens nos locais panorâmicos (cerca de 4 euros por adulto).