Durante estes já quase três meses de viagem de volta ao mundo, por vezes, ficamos com uma grande dúvida: estamos a viajar com uma criança de três anos ou com uma adolescente de 13? Uma amiga dizia-me outro dia: “Isso aos três anos é mesmo assim: não são teenagers, são t(hr)eenagers!”. É a definição perfeita!
Atentem nas atitudes da nossa t(hr)eenager de três anos e digam-me, por favor, que não estamos sozinhos e que não é por causa da viagem. Há mais mães e pais de threenagers por aí, certo?
1. Quando temos de apanhar autocarros a Mia corre sempre para o fundo em direcção à última fila de bancos. Lembro-me do tempo das excursões no ciclo e secundário e penso: “Onde é que eu já vi isto?!”
2. Muda de ideias a cada segundo. “Preferes arroz ou massa?”. “Massa!”, “Não, arroz!”, “Massa, massa é melhor!”. Vem a massa. “Nãooo, mas eu tinha dito arroz”. (Obviamente que come o que lhe pomos à frente que aqui “não há pão (nem massa, nem arroz) para malucos”).
A sorte é que os amuos passam-lhe rápido…
3. Raramente utilizo maquilhagem mas tenho uma bolsinha para as excepções que se mantém intacta até vir a Mia: “Quero pôr batom! Vá lá, vá lá, por favor”. Em Rangum, Birmânia, as ultra simpáticas funcionárias da pensão onde ficámos vários dias trataram de reforçar este comportamento de barbie-diva-princesa, pintando-lhe as unhas de mãos e pés e colocando-lhe thanaka (um creme cosmético amarelo e pastoso) no rosto. O orgulho e vaidade com que ela ficava era tal que parecia em vésperas de desfilar, sei lá, no Baile de Finalistas do 12º ano…
4. Nunca quer dormir e insiste em aproveitar cada momento até ao último instante como se não houvesse amanhã. “Quero ficar acordada toda a noite! Vamos dançar e fazer uma festa”, diz. Como?! “Não? Então, vamos jogar às cartas…”
5. Tem alterações de humor constantes. Varia entre as declarações de amor aos adorados progenitores – nós! – e as demonstrações de rebeldia. “Adoro muito muito o papá/ a mamã!” versus “Já não quero estar ao pé de vocês!”, acompanhado de um levantar e sentar na mesa do lado no restaurante. E aí, quem paga a conta, minha menina? (Oiço-me e pareço estar a reinventar uma frase que ouvia aos 15 anos: “Enquanto viveres nesta casa…”).
6. “Escreve” cartas e tem conversas ao telefone com os amigos (geralmente são amigos, hummm) de Portugal e Angola. “Olá Diogo/Carlos/Martim/Xavier/Duarte…Estás bom? Estou aqui na viagem. Sim, sim, tenho muitas saudades. Quando acabar a viagem volto para aí. Muitos beijinhos”…
7. Desafia-nos, quer fazer tudo sozinha e acredita mesmo que já é autónoma e independente. Seja para colocar o cinto no carro ou pegar em garrafões de 5 litros. “Eu consigo sozinha, mãe, eu consigo!”. Auto-estima nos pícaros…
Junto ao Monumento da Independência em Rangum, Birmânia
Não é só da viagem, certo? Há por aí mais adolescentes de três anos, confirmam?
Faz compreender os nossos pais e ver o que se passava quando éramos mais pequenas numa perspetiva completamente diferente, não é?
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Pois é, a Mia é mesmo “lixada” – ou lixadora? – mas acho-a um encanto! Adorei as fotos e os textos, Joana. Abraços grandes para os três e um beijinho especial para a Mia (espero que a gerência do Hotel Globo entregue…
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Uma mulherzinha essa Mia 😀
Bjkas Joana e continuem que estou gostando.
Já agora, o ícon da Nova Zelândia não é o Kiwi?
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